sábado, setembro 29, 2007

Espetáculo Monumental




Amigos,

Sugeri ao presidente da SUDERJ, o vascaíno Eduardo Paes que adotasse a seguinte proposta para o próximo clássico Vovô: a torcida alvinegra deverá pagar duas vezes o preço cobrado no ingresso. Não é loucura, mas sim bom senso, pois não é todo dia santo que se vai ao Maracanã e se assiste a dois espetáculos no mesmo jogo. Um dentro e outro fora das quatro linhas

A torcida tricolor protagonizou uma das maiores festas vistas, esse ano, no templo do futebol. Bobinas, piscas e um mar de pequenas bandeiras foram alguns dos múltiplos apetrechos usados para colorir a entrada do time pó de arroz, que após 3 minutos de partida, abastecido pela energia provida das arquibancadas, abriu o marcador com um cruzamento do camisa 10 tricolor, cujo Leandro Guerreiro, o polivalente volante do time de General Severiano, generosamente empurrou para sua própria meta.

Os Botafoguenses que estavam espantados com a euforia do outro lado mergulharam de vez na melancolia. Para agravar a conjuntura, aos 17 minutos, David recebeu uma bola perto da intermediária e arrematou impiedosamente para dentro do balaio antagonista, escrevendo, assim, o segundo e último capítulo da via-crúcis alvinegra.

O show no gramado acabou. Os outros 83 minutos de partida foram apenas de pura administração por parte do Fluminense. Contudo, isso não intimidou os arquibandos tricolores, que cantavam e entoavam a plenos pulmões no maracanã a eterna paixão por seu clube de coração.

sexta-feira, setembro 21, 2007

"Repeteco"


'' 'Os Três Atos de Gravatinha'


Divina, profética, heróica e, mais do que qualquer coisa, óbvia a vitória tricolor ontem sobre a estrela solitária. Como havia dito, ontem seria dia de Pó de Arroz, e para celebrar minha maioridade ao máximo, a ajuda dos céus foi necessária, para obtenção de tal feito.

Chances perdidas, bolas na trave, tudo aconteceu naquela partida para nosso tricolor, menos o gol. Então como o mais velho provérbio do futebol diz, '' quem não faz, leva'', assim foi. Próximos aos quarenta minutos das segunda etapa, o alvi-negro consegui uma falta pela esquerda da defesa tricolor. Corações tricolores batendo em máxima velocidade. O Nervosismo era a imagem das arquibancadas verde e grená. Júnior César bate a falta para a meiuca da área, e a bola bate suavemente no chão, e segue trajetória direta para o fundo das redes tricolores. Gol do Botafogo. Metade do estádio se emudeceu.


Todavia, a esperança sempre esteve no meu grito durante todo o decorrer da partida. Era o meu dia, nada podia dar errado, muito menos derrota de minha paixão. Foi ai tricolores, que começou a obra do divino, do sobrenatural.Na boca do anel superior do Maracanã, na parte em que o Flu localizava-se, um sinal iluminado aconteceu. As luzes pareciam tomar vida, estavam mais fortes, uma áurea pairava sobre a torcida do Fluminense.


Estavam todos sem força para gritar, e aos 48 minutos do segundo tempo, Gravatinha, sumido, resolveu aparecer para decidir a partida. Bola para Pet no meio de campo. Ele visualiza, e com um passe mais que presciso deixa Marcão em frente a área. O Guerreiro sutilmente corta para o meio e coloca com a máxima categoria nos fundos da redes, até então invictas. Gol de Gravatinha! Os fiéis não acreditaram. Saltavam , rezavam, choravam, era um misto de emoções pelas arquibancadas. Eu já sabia, ali estava uma obra do acaso. Nada explicaria aquilo, que foi no mínimo, inexplicável.

Termina o jogo. Empate que levaria aos penaltis. Agora bastava saber aonde seriam efetuadas as cobranças. E não foi que o a áurea tricolor ganhou? Começam as cobranças, e atrás do gol de Diego acomodavam-se torcedores vivos e mortos.Inacreditável.
Gravatinha resolveu então fazer seu segundo ato naquela noite. O alvi-negro caminhou até a bola, e o personagem tricolor simplesmente assoprou sua bola para cima, isso mesmo uma leve brisa empurrou a bola à baliza! Divino!

Não satisfeito, ele resolveu dar o golpe final ao Botafogo. Quarto e penúltimo penalti. Eu na última cadeira do anel superior. Não rezava mais, eu convocava todos os tricolores para que fizessem uma muralha naquele gol. Mas não prescisou. William encaminhava-se para o penalti, e Gravatinha, com malícia puxou a perna do jogador fazendo com que ele tivesse que trocar de perna do último segundo, antes da batida. Não deu outra. O resultado foi um chute pífio, patético, e de máxima displicência pelo jogador, resultando na fácil defesa de Diego.

Orgasmo nas arqubancadas! Jogadores não acreditavam no que acontecia... tudo era inexplicável, menos para mim. Já havia previsto isso, e sabia que atrás de tudo aquilo, havia um dedo mágico de Nelson Rodrigues.
Obrigado a todos os Tricolores que estavam ontem no Maracanã, foi uma festa de aniversário de 18 anos inesquecível." (14/09/2006 - Fluminense 1 x 1 Botafogo - Sulamericana)

E agora Gravatinha?. Esse ano tem repeteco no fim de semana?
Garanta já seu ingresso para o espetáculo de domingo, pois sempre vale a pena ver de novo. ST

terça-feira, setembro 04, 2007

Fluminense desde Criancinha


Amigos,


Após deliciar-me com o banquete de domingo no salão nobre das Laranjeiras, estava a finalmente degustar o Grant final, ou café com biscoitos na tribuna, quando tive a honra de acompanhar o nascer de um novo tricolor. Ou melhor, de uma "tricolora".

Uma doce e encantadora criatura vestida com um nobre macacão verde desfilava pelo gramado com a inocência e destreza de um bebê recém promovido a bípede. Uma cena mágica. Os sorrisos da pequena reluziam pela quase secular arquibancada, e sua astúcia em desviar de suas próprias pernas, a fim de não embaraçá-las, era um desafio que os atacantes mais habilidosos não seriam capazes de realizar enquanto vivos. Era muito pra mim. Tinha visto o nascimento de uma tricolor!

Lembrei-me naqueles instantes da primeira vez que fui assistir a um jogo no estádio de Álvaro Chaves. Era uma tarde quente, e as pessoas já entravam pelo buraco que desemboca nas sociais. Achava aquela agitação espantosa, até por que era guri e nunca havia visto uma multidão tão eufórica quanto aquela que em meio aos goles de cerveja e burburinhos sobre o futuro jogo, ia aos poucos se adentrando. Mais tarde fui concluir que aquilo pareceria como uma final de campeonato estadual ou uma grande estréia. Fiquei com as duas opções.
Quando descia a escadinha que saia do Bar do Fidélis petrifiquei. Avistei aquela massa tricolor do outro lado aos gritos e vozes apaixonadas com bandeiras, papéis das cores do time e uma grande "nuvem branca" que dera um ar iluminado e cósmico àquela torcida. Foi amor a primeira vista. Naquele exato momento tinha a absoluta certeza de que "já era Fluminense muito antes de vivo". Aquilo tudo fazia parte de mim e não deixaria fugir de jeito nenhum. Seria eterno.

Após a lembrança retornei ao mundo real e ainda atônito com aquela figurinha desengonçada no tapete tricolor, tive a singular idéia de descer as escadas e perguntar o nome da nova membro da nação Tricolor. Pouco tempo depois afastei a idéia da cabeça ao pensar que a criança só poderia ter um nome: Esperança.
Enquanto houver "Esperanças", haverá Fluminense.
Saudações Tricolores