quarta-feira, abril 23, 2008

O Maracanã pegou Fogo


O Maracanã pegou Fogo

A decisiva partida pela Taça Rio fez o Maracanã vibrar de emoção. Em certo momento da partida o duelo entre os esquadrões foi deixado em segundo plano e os torcedores tornaram-se os donos do espetáculo. O Maracanã pulsou.

Não obstante o duelo nas arquibancadas, o do gramado foi fio a fio de cabelo, terminando com a vitória da melhor equipe do Carioca 2008, o Botafogo. Com um gol de sorte, qualidade que vem junto aos campeões, a estrela solitária carimbou o passaporte para a final contra o rubro-negro.

A batalha travada em campo era boa. Thiago Neves e Conca tentavam sair da feroz marcação de Diguinho e Túlio, cães de guarda alvinegros. Enquanto isso, os zagueiros tricolores iam se virando para parar o artilheiro do campeonato W.Paulista. Ygor teve de segurar os braços do atacante já no começo da partida, retrato do desespero do sistema defensivo das três cores.

O clímax do primeiro tempo foi o penal sofrido pelo coração valente. Num ato inexplicável aos companheiros de equipe, Washington pegou a pelota e a colocou na marca, ignorando a ordem anterior do técnico, que havia decidido por outros três jogadores.

Por ironia do destino, a mesma trave que havia classificado o Fluminense no sábado anterior contra o gigante da colina acabou tirando mudando a história do jogo e cooperando para transformar os sonhos de título em pó.

O equilíbrio era visível, sendo este um daqueles típicos jogos em que seria zero a zero para um dos dois lados.

As torcidas cantavam aos montes fazendo dali uma atmosfera épica, o duelo entre dois velhos conhecidos exércitos rivais. O clássico Vovô.

Veio a expulsão de Alessandro, deixando o Botafogo com um a menos em campo.

Mas o futebol é um jogo engraçado. Renato Silva, vilão do pênalti no primeiro tempo e que possuía um caso mal resolvido com o clube tricolor, foi o responsável pela heróica glória alvinegra. O zagueiro central se jogou no tapete do templo sagrado e marcou o gol que garantiu a vitória. Comemorou como Maurício, ex-atacante, o fizera em 89, após o gol contra o rubro-negro: de forma enlouquecida e autêntica.

Após o gol, o Fluminense tentou de qualquer forma chegar ao gol de empate, esbarrando na catimba uruguaia de Dom Castillo.

Por fim, Botafogo bicampeão da Taça Rio com todos os méritos.

Agora resta saber se o time terá a mesma gana contra o Flamengo nas finais, mostrando a faceta guerreira de 2008, ou carimbará de vez o rótulo de cavalo paraguaio carioca.

Vamos esperar.