domingo, abril 29, 2007

Rasteira no Saci


Nem 47 mil baianos foram páreos para o Fluminense. Em um jogo de altos e baixos, mas muito acelerado, a equipe carioca soube administrar a partida de forma brilhante e saiu da Terra de todos os Santos mostrando que nem Mula sem Cabeça nem Saci são capazes de amedrontar a equipe pó de arroz. Um empate heróico para o prodígio time tricolor, que enfrentará o temido Furacão na próxima fase.

Logo de inicio já dava para perceber que ambas as esquadras não iriam medir forças para conquistar a vitória. Em um jogo aberto, a equipe carioca acabou recebendo o primeiro golpe. Em um contra-ataque pela avenida chamada “Lateral Esquerda”, a bola acabou sobrando em frente à área tricolor, e sem titubear Emerson Cris escolheu o canto e correu pro abraço.

Perdido na partida e em desvantagem, o Fluminense foi pra cima dos baianos, e depois de várias ataques mal sucedidos e reclamações do interino Eutrópio, Cícero mais uma vez demonstrou sua vertente oportunista empatou com um belo voleio de canhota.

O gol foi o suficiente pra acender a chama Grená na equipe tricolor, que começou a mostrar vigor e fibra, dominando a partida do fim da primeira etapa aos dez minutos da segunda, quando o até então sumido Fábio Saci, ludibriando a arbitragem, marca de mão o gol que daria a classificação ao time de três cores da Bahia.

Mas nada naquela noite impediria a classificação do Fluminense. Nem Santos, nem Saci. Por isso, 5 minutos depois, Soares tratou de empatar novamente batalha, decretando o fim da festa na Fonte Nova.

Não há palavras para definir a participação do volante Arouca na partida. Um verdadeiro maestro para ainda não tão afinada orquestra tricolor. Salve o Dueto Cícero e Soares, que foram decisivos para a classificação. Será o despertar do tão comentado “Casal Vinte”?

Pois bem, vamos ver se Renato consegue afinar essa orquestra, que pelo menos hoje arrancou alguns aplausos pela determinação e garra mostrada dentro de campo. Não foi uma atuação esplendorosa, mas que foi uma bela rasteira no Saci, isso é inegável.

domingo, abril 01, 2007

Trampolim da Esperança


Amigos,

Fla-Flu é algo que desperta um sentimento diferente entre os torcedores, sejam eles tricolores ou urubus. Parece que o coração bate mais forte; as mãos ficam mais trêmulas, e o frio da barriga transforma-se em um freezer com ar condicionado embutido. Enfim, "É Fla-Flu, ai Jesus!".

As arquibancadas não estavam tão cheias como o clássico geralmente atrai, contudo as vibrações irradiadas eram como se estivessem a 200 volts. E ae que está, o número não importa e sim a energia que o fiel passa ao jogador. E nisso a torcida tricolor fez sua parte levando balões, papéis e um numeroso número de "piscas" para ver se iluminava nossos atletas durante a partida.

Começa o jogo. E começa também o massacre tricolor. A pressão aumentava a cada minuto de jogo. Bruno enlouquentemente pedia aos céus para protegê-lo porque sua zaga era mais que insuficiente para tal proeza.

No entanto uma válvula de escape entrou em ação. O ex-tricolor Roni puxou um contra-ataque pela esquerda, e facilmente deixou Fabinho a ver navios no meio de campo. Percorreu alguns metros até que chegasse próximo a linha de fundo e desse com perfeição um cruzamento rasteiro para a oportunista conclusão de Souza. Gol do Flamengo. E com ele veio o desespero, caos, xingamentos, caretas, tristeza, e Marcão.

Depois do gol só deu urubu. As rédias da partida mudaram de dono e o desespero tomou conta dos adeptos tricolores, que enfim sentiram-se aliviados com o término do 1º tempo.

Quinze minutos se passaram, e o time tricolor voltou dos vestiários. Mas não retornou como antes, e sim como homens e jogadores com vontade de vencer e mostrar o que é o Fluminense. Bastaram 2 minutos para que Cícero, o então mais criticado, fizesse o gol de empate e tirasse o grito do fundo da garganta dos torcedores.

O segundo tempo continuou com a pressão do Fluminense aumentando gradativamente, assim como havia ocorrido no primeiro tempo. Mas o final foi diferente, já que dessa vez não houve válvula que aliviasse o rubro-negro.

Ao apagar das luzes, o meio campo do Fluminense encontrou livre Alex Dias livre, e passou de forma divina para o artilheiro que de prima levantou a bola para área. Sem rodeios Cícero, sem dó nem piedade completou meio de voleio e/ou carrinho. Estava lá, a virada tricolor. A emoção à flor da pele tomou conta das arquibancadas, e mais uma vez o mais o urubu virou pato diante da maestria do melhor do Rio. Uma vitória divina, onde o sobrenatural agiu a nosso favor.

Atravessei os 20 últimos minutos de joelhos, rezando para essa conquista. E deu certo. Espero que essa seja um trampolim para outras vitórias.