domingo, abril 01, 2007

Trampolim da Esperança


Amigos,

Fla-Flu é algo que desperta um sentimento diferente entre os torcedores, sejam eles tricolores ou urubus. Parece que o coração bate mais forte; as mãos ficam mais trêmulas, e o frio da barriga transforma-se em um freezer com ar condicionado embutido. Enfim, "É Fla-Flu, ai Jesus!".

As arquibancadas não estavam tão cheias como o clássico geralmente atrai, contudo as vibrações irradiadas eram como se estivessem a 200 volts. E ae que está, o número não importa e sim a energia que o fiel passa ao jogador. E nisso a torcida tricolor fez sua parte levando balões, papéis e um numeroso número de "piscas" para ver se iluminava nossos atletas durante a partida.

Começa o jogo. E começa também o massacre tricolor. A pressão aumentava a cada minuto de jogo. Bruno enlouquentemente pedia aos céus para protegê-lo porque sua zaga era mais que insuficiente para tal proeza.

No entanto uma válvula de escape entrou em ação. O ex-tricolor Roni puxou um contra-ataque pela esquerda, e facilmente deixou Fabinho a ver navios no meio de campo. Percorreu alguns metros até que chegasse próximo a linha de fundo e desse com perfeição um cruzamento rasteiro para a oportunista conclusão de Souza. Gol do Flamengo. E com ele veio o desespero, caos, xingamentos, caretas, tristeza, e Marcão.

Depois do gol só deu urubu. As rédias da partida mudaram de dono e o desespero tomou conta dos adeptos tricolores, que enfim sentiram-se aliviados com o término do 1º tempo.

Quinze minutos se passaram, e o time tricolor voltou dos vestiários. Mas não retornou como antes, e sim como homens e jogadores com vontade de vencer e mostrar o que é o Fluminense. Bastaram 2 minutos para que Cícero, o então mais criticado, fizesse o gol de empate e tirasse o grito do fundo da garganta dos torcedores.

O segundo tempo continuou com a pressão do Fluminense aumentando gradativamente, assim como havia ocorrido no primeiro tempo. Mas o final foi diferente, já que dessa vez não houve válvula que aliviasse o rubro-negro.

Ao apagar das luzes, o meio campo do Fluminense encontrou livre Alex Dias livre, e passou de forma divina para o artilheiro que de prima levantou a bola para área. Sem rodeios Cícero, sem dó nem piedade completou meio de voleio e/ou carrinho. Estava lá, a virada tricolor. A emoção à flor da pele tomou conta das arquibancadas, e mais uma vez o mais o urubu virou pato diante da maestria do melhor do Rio. Uma vitória divina, onde o sobrenatural agiu a nosso favor.

Atravessei os 20 últimos minutos de joelhos, rezando para essa conquista. E deu certo. Espero que essa seja um trampolim para outras vitórias.

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