segunda-feira, agosto 04, 2008


Caos

Após o segundo lugar da Copa Libertadores, o Fluminense não encontra forças e time para buscar uma reação no campeonato Brasileiro. Ontem, mais uma derrota para o arquivo e a perda de três pontos fundamentais para sair da incômoda posição na tabela. Laranjeiras vive um momento de pesadelo após o quase sonho americano. Em conseqüência, a torcida brada pela saída do técnico, da diretoria, dos jogadores e por todos os responsáveis por qualquer vírgula da atual vida tricolor.

O primeiro, lembremos, conquistou a Copa do Brasil do ano passado, quando todos não acreditavam. Após isso, o quarto lugar foi o resultado de uma campanha meio desleixada no Brasileiro e, por fim, um vice americano de respeito, com a perda do título de forma trágica. Porém, amigos, sua língua gigantesca o sufoca e hoje paga por todos os pecados do mundo, sendo o principal alvo de críticas de todos os lados.

Além disso, nosso líder parece não ver a esperança em frente aos seus olhos, tudo por causa da saída de seus antigos soldados para outros fronts de combate.

O monstro e o maestro foram para Pequim, enquanto Gabriel e Cícero preferiram o cenário internacional depois do 2 de julho. Somando isso aos desfalques de cada jogo, o Fluminense vive o dilema da reconstrução de um time simultaneamente a busca por respirar na competição nacional. Porém, será que ninguém sabia que haveria problemas e desfalques pós competição?

Claro! Então me apresente motivos para a diretoria não ter ido atrás dos nomes certos antes, muito antes. É brincadeira? A equipe está mutilada, precisamos e muito de reforços, só assim o comandante poderá fazer alguma coisa. Nem que seja para Renato levantar a famosa bandeira branca e pedir as contas.

E os jogadores? Foco, vergonha na cara e luta, muita luta para superar a deficiência técnica de alguns.

Fé, paciência e reforços, o último sendo o crucial, pois enquanto não efetuarem-no, continuaremos em nossa via-crúcis.

quarta-feira, julho 16, 2008

Orgulho de SER Tricolor


Não se pode encarar a derrota do dia 2 de julho como um fracasso total. É certo de que depois daquela última defesa do goleiro equatoriano a esperança de milhões foi queimada, virando,por fim, cinzas.

Confesso que esse que vos escreve não conseguiu chorar de tanta tristeza. Foi um sentimento mais forte do que tudo. Algo que me fez parar por um instante e pensar na tragédia que ocorria sob meus olhos. ''Deus errou''.

Nós tricolores morreremos por alguns instantes.

Apesar disso, o que nunca virará poeira é a épica campanha que o Fluminense traçou até aquele momento.

A melhor campanha de um time na primeira fase. Após isso, a confirmação do favoritismo contra o time da Colômbia. Nas quartas, o gigante Brasileiro: São Paulo. Desacreditado, venceu em um jogo cardíaco, daqueles que são eternizados após o apito final do homem de preto. Nas semifinais, a pedra no sapato dos Brasileiros: Boca Juniors, o papão. Este jogo merece um parágrafo a parte, já que não tínhamos Pelé para derrubá-los, e, apesar disso, triunfamos.

A peleja contra o time argentino ficará na memória de qualquer pó de arroz. Aliás, de qualquer amante do futebol, afinal o Brasil se mobilizou para receber aquela batalha. O país só falava daquilo. Os críticos lançavam suas apostas antes do começar da segunda partida e apontavam o time de Riquelme como favorito, mesmo com o retrospecto positivo do Fluminense dentro de sua casa. Resultado: calamos o Boca e surpreendemos o Mundo.

E o dois de Julho chegou. Com ele, a maior festa que o Maracanã já viu. O estádio Mário Filho nunca pulsou tanto. Nunca, repito. E a alegria terminou com um segundo ''Maracanazo'', este capaz de fazer sombra ao de 1950.

Lembrei, quando retornava para casa, em meio aos destroços de uma guerra perdida, que após o Waterloo brasileiro, o país tornou-se a maior potência futebolística do planeta. Não que meu coração tenha se enchido de esperança novamente. Ainda não. O golpe foi duro e está cicatrizando aos poucos. Mas a sensação de que o clube poderia dar a volta por cima novamente, fez com que alguns dias depois o discurso otimista retornasse as conversas fiadas. O sorriso voltou ser estampado nos lábios. Além do fato de nunca uma derrota ter sido tão linda como foi a do dois de julho de 2008.

O orgulho de ser tricolor voltou ao peito esquerdo de cada fiel. E isso vale mais que um título.

quarta-feira, junho 25, 2008

25/06/1995


Há treze anos nascia um dos maiores filhos que o futebol.

Um fato marcante para todos os apaixonados pelo esporte mais popular do país. Naquele dia ímpar, 26/05/1995, o milagre seria acompanhado por 109.204 pessoas que transbordavam pelo maior do mundo, fazendo este pulsar de emoção na maior batalha que o Mário Filho teve o prazer de abrigar.

A massa estava lá. Ela tinha em seu escrete Sávio, Branco e até o melhor do mundo, o camisa 11, Ele: Romário.

Não apenas tinha uma constelação, como possuía o regulamento. Um simples empate daria o primeiro dos presentes no ano do centenário do clube mais querido do país.

A luta começa. Com ela uma chuva torrencial lavando a alma de 10 anos sem títulos do pavilhão tricolor. Resultado? Dois gols a zero logo no primeiro tempo. Renato e Leonardo foram os encarregados pela audácia.

Porém, a massa não satisfeita com o que acontecia em campo, começou a bradar ainda mais alto, ajudando a empurrar o time para frente. E não deu outra. Romário e Fabinho trataram de empatar a partida e enloquecer o RJ.

Aos 43 minutos do segundo tempo a conquista já era dada como certa, pois o Fluminense jogava com 9 guerreiros em campo. As pessoas já desciam dos morros, os chopps já eram tirados na máxima pressão pelas esquinas da cidade e o sorriso de '' eu já sabia'' já estava estampado na face rubro-negra por todo o estádio.

Amigos, o divino estava presente e ele se encarregou de transformar o sonho do centenário em pó... de arroz.

O restante da história todos já conhecem. Está eternizado na memória de todos os amantes do futebol.

Parabéns, Gol de Barriga. Você merece. Saúde, paz e felicidades. Muitos anos de vida.

sábado, junho 07, 2008

Cala-te, Boca!


Cala-te, Boca.

O estádio Mário Filho viveu mais um dia de glória nesta última quarta-feira. Meninos, rapazes e senhores unidos num só cântico pelo melhor time das Américas.

Ah, o Maracanã. O gigante pulsava de emoção nessa noite. ‘’Vivos, doentes e mortos’’ se uniram para empurrar o tricolor e consequentemente escrever mais um capítulo vitorioso na história do time das Laranjeiras. As arquibancadas pareciam não parar de cantar um só instante, um só segundo.

A missão era considerada impossível: repetir o feito de Pelé e eliminar o Boca Juniors da competição que é especialidade do time de La Bombonera. Porém, amigos, a vida e a libertadores são como uma caixa de bombons, pois nunca se sabe o que iremos pegar.

E por isso a tamanha arrogância dos xeneizes. Disseram não conhecer o Fluminense. E que a vitória nos dois jogos era questão de lógica. A imprensa hermana ridicularizava a equipe pó de arroz apesar de ter sido o melhor na primeira fase da competição.

‘’Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, depois brigam, e então você vence’’.

Aí veio o jogo em Buenos Aires. ‘’Um susto. Dois a dois? Com um time que ficou 23 anos longe da competição sul-americana? Patético’’

Sim, amigos, esse tipo de prepotência o Fluminense conhece de perto. Já está acostumado a arrogância do velho urubu da gávea, mas no fim, na hora da decisão, o abate é certo. A mística Fluminense vence e transforma o sonho rubro-negro em pó.

Mas voltemos, pois o interessante ainda estava por vir.

Não é que os rubro-negros uniram-se aos insuportáveis gringos? Um Flamengo argentino. Fla-Boca. Só faltava o característico ‘’ Ai, Jesus’’ do rival carioca, porém os problemas estomacais de Roman indicavam que nem tudo estava em perfeita ordem. Seria a anunciação de mais um gol de barriga?

E foi. A partida não precisou de traços épicos, como no jogo contra o São Paulo – até porque ‘’haja coração’’ -, mas a vitória não foi fácil. Os argentinos dominaram o jogo em sua totalidade partindo pra cima dos tricolores em busca da vitória necessária e bastou ao Fluminense encontrar os espaços deixados pelos defensores e conquistar a vitória tão desejada.

Além disso, a sorte de campeão, que nos acompanha desde o início do torneio, estava no Maracanã e mais uma vez sentada ao lado do arqueiro das três cores. Fernando Henrique era um muro de cimento flexível. As defesas lembram os grandes goleiros de nossa história e aproximam cada vez mais FH de entra neste arquivo.

A vitória foi de três gols a um, placar que representa mais do que a classificação para a final da libertadores. Significa a redenção olímpica de um clube centenário, que completa uma década do maior vexame de sua história e mostra o quanto é gigante em recuperar-se e chegar na decisão continental como favorito a taça.

Parafraseando o profeta, podemos dizer, sim, ‘’do caos à liderança’’.

A cada jogo o sonho americano aproxima-se da massa pó de arroz. Ela merece.

No mais, mostramos que para ganhar do Fluminense não se pode ter o tamanho de uma caixa de bombons, pois o Maracanã é para poucos.

Cala-te Boca. Avante, faltam duas.

terça-feira, maio 27, 2008

Travessura Épica


Travessura Épica

Foi a mais linda vitória do ano. Aliás, foi a mais bela do século. Sim, meus caros, falo da épica vitória que aconteceu na última quarta-feira, dia 21 de maio no maior do mundo.

O jogo daquela noite guardou traços de heroísmo, drama, tragédia e felicidade. Uma aquarela de sentimentos, digna de um quadro de Picasso. A alegria que contagiou as arquibancadas do Maracanã pós jogo pintou o sorriso daqueles mais antigos, acostumados às belas atuações das máquinas do passado, e o choro de emoção de pequenos tricolores, que debutavam em grandes decisões.

O jogo começou nervoso e estava até os quarenta e seis minutos do segundo tempo.

Todos os olhares em direção a área do São Paulo. Thiago Neves lança a bola como se fosse com as mãos santas de Bird. Ela voa por segundos intermináveis.

A torcida prende a respiração.

O coração valente pulsa. A esperança dos tricolores transformasse em euforia. O inacreditável havia acontecido. A cabeçada do guerreiro matador era responsável por escrever mais um capítulo na gloriosa história do clube pó de arroz. Mais uma vez ao apagar das luzes, o Fluminense conseguia o impossível.

Renato, que foi responsável por um dos gols mais emblemáticos da história do futebol, se joga ao gramado agradecendo o milagre, cena que se transformou na síntese do que ocorria no restante do Maracanã.

Naquela hora, senhores, o divino estava presente. Gravatinha havia feito mais uma de suas travessuras e estava sentado na baliza olhando a linda festa que a torcida mais bonita do mundo fazia.

sábado, maio 17, 2008

Fio de Esperança nos corações Tricolores

Fio de Esperança nos corações Tricolores

Amigos, a peleja nunca está perdida antes das trombetas apontarem à vitória de um dos combatentes.

A primeira batalha pelas Américas terminou com a vitória do time das três cores de São Paulo, entretanto o score da partida não traduziu o que realmente aconteceu no Morumbi naquela quarta à noite.

A libertadores, tricolores, é uma competição que tem como característica a imagem do combatente latino americano, seja nos gramados ou nas canchas pelas bomboneras da vida. E meus caros, todos viram que essa faceta foi encarnada pelos fiéis que compareceram na capital paulista para apoiar o Fluminense à vitória. As almas de San Martin e Bolívar estavam na torcida pó de arroz, era ululante.

Nada conseguiu deter aquela hinchada que cuspia fogo pelas ventanas. A começar pela infeliz tentativa dos homens de capacete branco. Tentaram de tudo: xingaram, bateram, provocaram, cuspiram, atrasaram a entrada para o combate, jogaram suas flâmulas fora (abre parênteses) inclusive, senhores, uma bandeira que ironicamente tinha o retrato do gênio que décadas atrás escrevera história conquistando dois mundiais pelo SPFC e que, por graça de Deus, era tricolor de coração. Sim, amigos, uma heresia foi cometida. Telê Santana teve sua bandeira jogada na lixeira do Morumbi, em virtude da incompetência das autoridades locais, junto ao tratamento que aquele clube dá aos seus visitantes (fecha parênteses), enfim, meus caros, humilharam-os de todas as formas possíveis e inimagináveis. A covardia imperou na capital paulistana. Porém nada disso foi suficiente.

A alma libertadora estava impregnada no coração daquela gente, que mesmo desarmados de seus instrumentos, cantarolava o tempo todo o seu amor clubístico, situação que deixou qualquer são-paulino boquiaberto.

‘’Seriam eles malucos?’’. Talvez. A paixão é uma forma de loucura moralmente aceita.

Esta torcida saiu de lá machucada, é verdade, por tudo que acontecera dentro e fora de campo. Apesar disto, seu coração pulsava libertadores e, aliado isto, a esperança nos outros noventa minutos do jogo do Rio. A luta ainda não estava perdida, pensava ela.

Não precisa ser um vidente para saber que o Maracanã na próxima quarta-feira transbordará emoção e, por isso, meus caros, nenhum combatente pode deixar seu lugar vazio.

O Fio de Esperança estará nas arquibancadas, torcendo pelo seu clube de coração. Junto a ele, outros muitos empurrarão o time a mais uma glória.

Guerrilheiros, a hora é essa. Agora é guerra.

quarta-feira, abril 23, 2008

O Maracanã pegou Fogo


O Maracanã pegou Fogo

A decisiva partida pela Taça Rio fez o Maracanã vibrar de emoção. Em certo momento da partida o duelo entre os esquadrões foi deixado em segundo plano e os torcedores tornaram-se os donos do espetáculo. O Maracanã pulsou.

Não obstante o duelo nas arquibancadas, o do gramado foi fio a fio de cabelo, terminando com a vitória da melhor equipe do Carioca 2008, o Botafogo. Com um gol de sorte, qualidade que vem junto aos campeões, a estrela solitária carimbou o passaporte para a final contra o rubro-negro.

A batalha travada em campo era boa. Thiago Neves e Conca tentavam sair da feroz marcação de Diguinho e Túlio, cães de guarda alvinegros. Enquanto isso, os zagueiros tricolores iam se virando para parar o artilheiro do campeonato W.Paulista. Ygor teve de segurar os braços do atacante já no começo da partida, retrato do desespero do sistema defensivo das três cores.

O clímax do primeiro tempo foi o penal sofrido pelo coração valente. Num ato inexplicável aos companheiros de equipe, Washington pegou a pelota e a colocou na marca, ignorando a ordem anterior do técnico, que havia decidido por outros três jogadores.

Por ironia do destino, a mesma trave que havia classificado o Fluminense no sábado anterior contra o gigante da colina acabou tirando mudando a história do jogo e cooperando para transformar os sonhos de título em pó.

O equilíbrio era visível, sendo este um daqueles típicos jogos em que seria zero a zero para um dos dois lados.

As torcidas cantavam aos montes fazendo dali uma atmosfera épica, o duelo entre dois velhos conhecidos exércitos rivais. O clássico Vovô.

Veio a expulsão de Alessandro, deixando o Botafogo com um a menos em campo.

Mas o futebol é um jogo engraçado. Renato Silva, vilão do pênalti no primeiro tempo e que possuía um caso mal resolvido com o clube tricolor, foi o responsável pela heróica glória alvinegra. O zagueiro central se jogou no tapete do templo sagrado e marcou o gol que garantiu a vitória. Comemorou como Maurício, ex-atacante, o fizera em 89, após o gol contra o rubro-negro: de forma enlouquecida e autêntica.

Após o gol, o Fluminense tentou de qualquer forma chegar ao gol de empate, esbarrando na catimba uruguaia de Dom Castillo.

Por fim, Botafogo bicampeão da Taça Rio com todos os méritos.

Agora resta saber se o time terá a mesma gana contra o Flamengo nas finais, mostrando a faceta guerreira de 2008, ou carimbará de vez o rótulo de cavalo paraguaio carioca.

Vamos esperar.

terça-feira, março 25, 2008

Páscoa Tricolor


Domingo de páscoa foi de bacalhoada para os tricolores. Em mais um show do dueto Conca – Thiago Neves, o time pó de arroz acabou vencendo por um placar de 2x1 e lidera de forma justa seu grupo na Taça Rio.

O martírio de não conseguir vencer o Vasco faz X partidas acabou nos pés do brilhante Thiago Neves, que antes de voar para o escrete canarinho deixou a sua marca no canto direito de seu xará.

Não obstante, ainda fez linda jogada pela ponta direita, bagunçando a zaga vascaína e culminando com um passe que deixou o Coração Valente com o gol aberto para balançar o balaio.

O Vasco ainda deixou o seu, com mais um gol de pênalti – detalhe para o recorde de 14 penalidades em 13 jogos, um fato histórico para o futebol mundial – concretizado pelo ídolo Edmundo.

As conclusões que se pode tirar da partida são que o Fluminense, caso mantenha o espírito americano de jogar vai ser um adversário difícil de ser batido ao longo do ano e é forte candidato a levantar o caneco do segundo turno do Carioca.

Já pelo lado do Vasco, enxerga-se a carência de técnica de seu limitado elenco. A esperança pode vir da base, com Alex Teixeira, Alan Kardec e o craque Morais, aliado a experiência e o coração de Edmundo. Mas isso não é o bastante, pois sistema defensivo precisa de peças urgentemente, caso o cruzmaltino queira se candidatar a campeão de algo em 2008.

A boa notícia para os vascaínos nessa páscoa tem gosto tão doce quanto um chocolate. A eleição para a direção do clube está a cada dia mais próximo de acontecer. É o futuro do clube que está na mão dos associados, por isso é bom que estes votem pensando naquele Vasco campeão, digno de suas tradições e conquistas em mais de cem anos e não deste, de um velho ditador que vem queimando, como faz com seus charutos, a história do Gigante da Colina.

domingo, março 16, 2008

josé e os Alçapões de Davi


josé e os Alçapões de Davi

Alçapão da Rua Bariri, Olaria. Palco arcaico de batalhas futebolísticas infindáveis. Ali, os Deuses do futebol se lambuzaram de assistir as mais diversas encenações do enredo clássico das quatro linhas cariocas: o enfrentamento de Golias e Davis.

O drama de ir jogar num anfiteatro onde as arquibancadas estão a poucos metros de campo parece uma idéia assustadora para alguns, porém é essa energia e pressão que torna o jogo ainda mais real, mais humano a todos os presentes.

A gota de suor, a respiração e até mesmo o lindo som que o peito da chuteira faz quando encosta-se à bola pode ser ouvida em sua plenitude, formando uma sinfonia para os ouvidos daquele ‘’josé’’ colado ao alambrado, à beira do gramado. Assim, o espetáculo fica completo em todos os sentidos: pelo drama e pela música protagonizada pelos guerreiros da bola.

Não obstante as quatro linhas, nas arquibancadas, o ‘’josé’’ não é um mero espectador, é um coadjuvante de luxo! Em meio àquele espírito familiar e caseiro que faz parte dos jogos em estádios de pequeno porte, o fiel dá suas ‘’dicas’’ e profere suas ‘‘reclamações’’ bem juntinhas ao técnico ou ao ilustre bandeirinha, que de vez em quando acaba seguindo seus conselhos, marcado um pênalti que faz os rádios adversários serem atirados para o alto na sua direção.

Pois bem, entre uma mordida e outra naquele cachorro-quente com bastante maionese, o ‘’josé’’ vibra com seu time de coração, em plena rua Bariri, sua casa, seu lar, doce, lar. Lar de Davi.

As casas de Davi tornavam Bangus, Olarias ou Madureiras verdadeiras pedras no sapato para os ditos grandes. O campo minúsculo favorecia ao anfitrião saber as armadilhas necessárias para derrubar até mesmo o melhor escrete da época. Um alçapão!

Pois bem, meus caros, o Carioca desse ano sente grande falta de seus alçapões, de seus cachorros-quente caseiros, do humanismo futebolístico e de josé, aquele fiel geraldino de Olaria, que não possui os quarenta ‘réis’ para assistir seu esquadrão nos fins de semana, ou melhor, numa quarta-feira, às dez horas da noite.

Mas ‘’josé’’ é persistente, e apesar de tentarem derrubá-lo ele é mais forte. Com a flâmula hasteada no bambu, este dá seu jeitinho de acompanhar sua paixão. Junta um dinheiro daqui e dali e vai torcer aos domingos por mais um gol de Beltrano e Fulano, seus ídolos de hoje que ainda jogam nos gramados canarinhos.


(Texto escrito em virtude do abusivo preço dos ingressos, da falta de oportunidade dos tricolores de outros municípios poderem acompanhar o Fluminense e da falta de sal do Estadual, que tornou-se municipal. Desculpem-me por fugir um pouco do assunto Fluzão, mas achei que o texto seria conveniente. Quarta tem Libertad e domingo clássico. josé vai! Saudações Tricolores)


sexta-feira, março 07, 2008

Pó Mágico


Pó Mágico

Uma noite de quarta-feira histórica no maior do mundo. Bandeiras, faixas, piscas e a volta do mais tradicional ingrediente para fazer uma arquibancada virar um caldeirão de pressão. Ele voltou amigos, O ‘’Pó de Arroz’’. O 13º jogador tricolor.

O mais emocionante do evento, ou melhor, culto de ontem era ver a encontro de gerações nas arquibancadas. Avôs, pais, filhos e até netos estavam lado a lado para acompanhar o retorno do Fluminense as Américas e de quebra assistir e participar de um grande espetáculo de beleza memorável.

As arquibancadas do templo do futebol sumiram (mais uma vez) quando os saquinhos voaram em direção ao campo. Misturado ao balançar de bandeiras tricolores e os brilhantes piscas, o talco fez aquelas escadarias receberem a doce benção.

Perfumado e abençoado, acompanhava a reação de todos. Podia observar as expressões felizes de senhores que ficaram encantados e emocionados ao relembrar o ‘’velho maracanã’’ e suas tantas noites de glórias. Olhando para outro fluxo, via o choro contido de uma criança que tinha sua primeira experiência com o Pó Mágico e não acreditava naquilo tudo. Deslumbrado dizia aos prantos – ‘’ É o melhor dia da minha vida. Tenho orgulho de ser Tricolor! – Obrigado meu Deus. ’’

‘’ÔôÔôÔ, Fluminense Eterno Amor!’’ – Continuou ele, enxugando lágrimas de felicidade.

Mal sabia ele que o espetáculo seria completo.

A atuação da equipe foi sublime. Obedecendo às diretrizes do líder Renato e dominando a partida no plano técnico e tático, o Fluminense aplicou uma goleada de 6 a 0 que deixou os hermanos e os apreciadores do bom futebol aplaudindo de pé.

O destaque do jogo foi para Dodô que além de craque é um artista. A perfeição com que ele acertou a bola, ainda no viajando, e o lugar que a colocou, na gaveta direita, faz com que ele mereça uma condecoração e um espaço no museu do Louvre, ao lado de outra obra-prima, a do gênio Zidane.

Dois espetáculos. Dois retornos. Dois gols de Dodô. Um seis a zero para entrar para história e trilhar o começo do caminho para a conquista das Américas.

O Pó de Arroz está de volta. Tricolores, o show está apenas começando.

sábado, fevereiro 23, 2008

Um ponto com honra e raça


Um ponto com honra e raça

Após vinte e três anos o tricolor das Laranjeiras retorna a maior competição do continente. Na primeira partida já é possível ver que a banda americana toca bem diferente. Viagem, clima, altitude, torcida e tipo de jogo são alguns dos obstáculos que o Fluminense encarou em Quito, onde conseguiu um excelente resultado de zero a zero.

‘’Excelente?’’

Sim. Esse um ponto honrado e simplório foi resultado de um primeiro tempo em que a equipe brasileira foi massacrada em campo. O LDU deu as ordens no estádio Casa Blanca, mandando e desmandando por todos os setores do gramado, porém conseguiu a proeza de desperdiçar todas as chances possíveis e impossíveis nas conclusões a gol.

Uma, aliás, merece um comentário a parte.

Aquele lance notável que o arqueiro Fernando Henrique defendeu uma seqüência interminável de bolas lembrou, com ressalvas é claro, o lendário Rodolfo Rodrigues. O uruguaio, assim como FH, foi maior que o gol. Os equatorianos davam petardos, bombas e bicicletas e lá estava o goleiro tricolor para obstruir tudo. Um gigante e o principal destaque do jogo.

No segundo tempo, Renato tirou da manga Cícero e formou, na opinião desse datilógrafo que vos escreve, a melhor formação para o atual elenco tricolor. Ah, é claro que eu tiraria o Ygor, antes que me pergunte.

O time ficou solto em campo. A mobilidade dos dois segundo – volantes foi essencial para que o Fluminense equilibrasse e até mesmo dominasse a partida em certos momentos, como no lance que o goleiro estrangeiro teve que espalmar a bola fora da área – pela FIFA, expulsão clara – para evitar o gol, sendo punido apenas com o cartão amarelo.

Fora esse episódio, o jogo manteve-se igual até o fim, o que culminou num empate frustrante para os equatorianos e honroso para os tricolores, que apesar das dificuldades incorporaram o espírito guerreiro da Libertadores das Américas. Ao menos no segundo tempo.

Uma boa reestréia.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

DerrotaTática


A Derrota Tática

Definido o primeiro finalista da Taça Guanabara, o primeiro turno do campeonato carioca. Justo? Sim, justíssimo.

No primeiro confronto das semifinais o desorganizado e ainda não formado, Fluminense, encontrou uma equipe bastante preparada em campo, obediente taticamente e que decidiu a partida nos detalhes que vieram a aparecer no jogo.

O guerreiro Botafogo entrou em campo preocupado com uma possível grande atuação do meia Thiago Neves, por isso colocou uma marcação especial em cima deste, com Diguinho ,primeiramente, e depois num rodízio.

Com o meio campo povoado de jogadores de contenção, o jogo ficou bastante equilibrado. O meio de campo tricolor e as laterais, com mais uma péssima atuação de Gabriel, tentava criar algo em meio ao defensivo e compacto time alvinegro. Este explorava as costas dos laterais do Flu, que deixavam avenidas.

O jogo foi decidido em um escanteio que o goleiro Fernando Henrique falhou e houve o oportunismo de W.Paulista que colocou a bola nas redes colocando sua equipe a frente no marcador.

No mais, o segundo tempo virou um treino de ataque contra defesa. O Fluminense pressionando de forma desorganizada e com 3 atacantes, 3 meias, o recuado Botafogo, que em alguns momentos, principalmente após a expulsão de W.Paulista, esteve com o time inteiro no seu campo, na marcação, compactando de forma perfeita o ataque tricolor.

No finalzinho do jogo ainda teve um pênalti para o time da estrela solitária, que serviu nada mais do que para coroar a grande partida, do ponto de vista tático,da equipe.

Quanto ao Fluminense que perde sua primeira, e fatal, partida no campeonato, precisa-se ver quando o grupo de estrelas virará, de fato, um time de futebol, com padrão tático e organizado em campo. Renato Gaúcho precisará repensar para o segundo turno e a Libertadores.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

''Com que roupa eu vou?''


Com que roupa eu vou?

Você já esteve naquela situação em que está prestes a sair de casa para alguma festa, evento noturno ou diurno, tanto faz, e tem a intenção de arrasar e ser principal alvo dos flashs ou olhares?

Provavelmente um homem diria que não, pelo preconceito, mas as mulheres, aquelas criaturas abençoadas que Deus criou para ficarmos admirando e endeusando, pensam nisso com maior freqüência e usam e abusam de tal conceito.

Assim está o Fluminense na véspera do confronto da semifinal do carioca. O tricolor possui uma série de táticas interessantes, 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, e etc, mas não conseguiu ainda encontrar ou escolher o melhor esquema, a melhor roupa, para o primeiro encontro das finais do estadual.

As peças estão aí, ‘’basta’’ montar o melhor conjunto e partir a toda para mais uma taça Guanabara.

E aí Renato. Vai preferir um terno riscado ou aquele liso?

A escolha é sua.

E você, qual a preferência?

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Dossiê dos Adversários pela América - O show tá começando!


O Show tá começando!

Opiniões de especialistas:

O Libertad (Paraguai)

"O Libertad manteve a base do ano passado, que tem cinco jogadores na seleção paraguaia. E ainda contratou o atacante Cuevas, que não deverá ser titular, pois a visão que se tem é de que ele rende mais quando entra no segundo tempo. É um time ofensivo e compacto em todos os seus setores. O ponto fraco está no gol, já que o uruguaio Bava se transferiu para o Atlas, e o clube não se reforçou."
Silverio Rojas, do jornal "ABC Color"

O Arsenal (Argentina)

"O Arsenal não tem experiência na Libertadores, mas também não tinha na Sul-Americana de 2007, quando foi campeão passando por San Lorenzo, Chivas, River Plate e América do México. A base foi mantida e ganhou reforços pouco conhecidos mas úteis, como Leguizamón, ex-Gimnasia. O time joga no 4-4-2, com muita velocidade, e conta com a boa fase de Calderón, um goleador de muita raça e que sabe atuar de costas para a defesa adversária."
Aquiles Furlone, da revista "El Gráfico"

O LDU (Equador)

A Liga (LDU) é muito forte quando joga em Quito e também tem um bom time. Por isso, acho que pode garantir sua classificação como primeiro colocado conquistando três vitórias em casa e um ou dois empates fora. Além disso, há a altitude, que sempre joga a nosso favor em nosso estádio (Casa Blanca)."
Guido Manolo, do jornal "El Universo"


segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Créu!


Créu!

Ontem foi um daquelas Fla-Flu s para se guardar na memória por anos e mais anos. Um jogo que passou de um sol seco de 40º para um dilúvio torrencial na segunda etapa. Não apenas no plano da natureza, mas no futebolístico também.

Indra e Hélios, respectivamente deuses da chuva e do sol, estavam presentes ontem no maior do mundo. Sentados na arquibancada, estes resolveram se alternar na equipe titular, um a cada etapa da partida. Porém, não contavam com a entrada de um novo deus na história do jogo: Thiago Neves.

Sua atuação beirou a perfeição: três gols, sendo um deles em uma jogada genial passando a pelota por debaixo das pernas do marcador do Flamengo. Tal atuação o candidatou a vaga de carrasco rubro-negro, que já foi ocupado por célebres almas, como Renato Gaúcho e Assis. A amarelinha fez muito bem para ele e que o craque continue assim, abatendo urubu.

Por fim, o chocolate de quatro gols a um foi suficiente para a torcida tricolor sair urrando a plenos pulmões o favoritismo para as finais e a rubro-negra para se preocupar com um mais um CRÉU em um futuro próximo.

Boa sorte Fluzão. Vamos levar mais um título para a galeria em laranjeiras e que venha o Botafogo!

+ 1 Fla - Flu


Estádio Mário Filho, palco de inúmeros jogos e casa do maior clássico mundial: o Fla-Flu.

Dia de Fla-Flu é daquele jeito: multidão começa a ficar nervosa já no almoço, os comentários e provocações rolam sem parar nas mesas de bar e ruelas cariocas, um alvoroço. É uma camisa tricolor ou rubro-negra ostentada com orgulho a cada esquina, um andar de tensão misturado com emoção por todo o Rio de Janeiro.


Ah, o Fla-Flu. Segundo gregos e troianos o maior espetáculo da terra, antes assistido por 150, 180 mil pessoas, e hoje limitado a meros 90 mil felizardos torcedores que adquirem o espírito, a alma de decisão daquela batalha futebolística, antes, muito antes da final física nos campos.


Todo Fla-Flu é uma final, seja ele amistoso, jogo comemorativo ou final da taça Guanabara. Não se bota em jogo apenas os três pontos, mas sim toda uma história centenária, a tradição e o racha que acabou fundando a escola de futebol na Gávea.


Amanhã, o Rio de Janeiro é o Maracanã. Tudo estará voltado para o templo do futebol mundial. Se não transbordará torcedores como nos velhos tempos, a paixão e o amor pelos dois times escorrerão pelos alicerces do santuário e isso já é suficiente para ser um jogo importante.


''Mas os times serão reservas!'' – diz um sujeito para mim, ainda com dúvidas se irá ao duelo.

Respondo-o sem hesitação alguma: '' Meu caro, enquanto houver 11 mantos para cada lado e uma pelota no centro do campo, há futebol, aliás, há Fla-Flu, algo superior a qualquer sentimento, seja ele futebolístico ou humano.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

"Tática, Renato, Tática!"


Renato Gaúcho, eu como torcedor tricolor peço a ti, apesar de gostar e torcer por um futebol ofensivo e de muitos gols, colocar um de nossos medalhões de ouro esquentando o banco para a próxima partida.

Não estou sendo pessimista - é que daqui algumas semanas começa um importante competição, aquela tal de Libertadores - mas um time que leva a hiperbólica soma de 4 gols dos dificílimos adversários Macaé e Caxias não merece nem disputar a fase eliminatória de tal competição. Ora bolas, por que éramos a segunda melhor defesa do Brasileiro e passamos a levar gols desses timecos?

Simples: tática. Pega a pranchetinha e anota Renato.

Gabriel não é lateral faz tempo, sendo esse um bom ala-direito quando está ligado na tomada. O contratado Gustavo Nery deveria fazer um trabalho físico antes de tentar qualquer coisa nas futuras partidas; o rapaz está acabando com a defesa pelo setor esquerdo e a segunda melhor zaga está com os cabelos em pé de tamanha avenida por aquele lado.
Enfim, vamos ao que interessa.

No 3-5-2 sugiro a entrada de Roger, o herói, para a zaga e a saída de Dodô do trio.
Assim a máquina fica: Diego, Luiz Alberto, Roger, Thiago Silva; Gabriel*, Ygor*, Arouca, Thiago Neves, Júnior César*; Leandro Amaral e Washington.
*1: Gabriel brigando pela vaga com Carlinhos, já que o primeiro não vem tendo bom desempenho. *2: Vamos ver as próximas atuações de Ygor e ver se ele é o cabeça de área ideal. *3: Titular enquanto o G.Nery se prepara para brigar pela vaga. Depois fica o melhor por aquele setor.

Em suma, acho esse sistema melhor para o uso em jogos difícies e/ou fora de casa onde a zaga é melhor protegida e há a possibilidade da jogada pelas laterais, explorando ao máximo os cruzamentos para o coração de Leão, Washington.

No 4-4-2, prefiro Carlinhos ao Gabriel, tendo em vista que o primeiro é lateral de ofício e compõe a zaga quando ela está sendo atacada. Na meiuca, 1 cabeça de área – ainda não tenho o preferido – e a entrada de Cícero – caso ele esteja na tomada como esteve nesse começo de 2008. O ataque formado por Dodô e Leandro Amaral ou a dupla que tiver mais entrosamento e agilidade.
Portanto, o time fica desse jeito: Diego, Carlinhos, Thiago Silva, Luiz Alberto, Júnior César; Ygor*, Arouca, Cícero*, Thiago Neves; * Dodô e Leandro Amaral.
Essa tática é melhor em jogos em casa, quando o time vai para cima do inimigo. Arouca e Cícero são dois bons segundos volantes e se conseguirem revezar na marcação o meio de campo fica bastante competitivo e ofensivo ao mesmo tempo.

Espero que na próxima partida não veja, novamente, Washington na ponta direita ou Thiago Silva de meia-armador.

Sei das qualidades de nossos atletas, contudo tem que se armar o time de forma a máquina funcionar. Não adianta jogar um bocado de peças de ferro juntas que ela não se transformará em uma máquina por mágica. Tem que se montar parte por parte de forma a combiná-las em suas devidas posições, assim esta funcionará da melhor maneira possível tranzendo boas vitórias ao Fluminense em 2008.

Renato, vamos parar com a teimosia e bom jogo terça(???)-feira .